Blog

Casos recentes de mortes associadas à ingestão de medicamentos para emagrecimento resultaram na suspensão da comercialização de 140 produtos, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em todo o país.

O uso indiscriminado de fórmulas que prometem perda de peso, sem prescrição médica e vendidas livremente, requer muito cuidado. Segundo a ANVISA, qualquer produto que faça referência a ações terapêuticas, independente da categoria (sintético, biológico, fitoterápico, homeopático, dinamizado, entre outros) deve estar autorizada pela agência e a comercialização só pode ser feita por farmácias e drogarias.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) se posicionaram a respeito do assunto alegando que é necessário que esse tipo de prática seja melhor fiscalizada e proibida para garantir a segurança da população.

Ressaltam ainda que a obesidade é uma doença crônica, complexa, multifatorial, recorrente e progressiva, com alta prevalência e em constante crescimento no mundo inteiro. E que mesmo com o avanço considerável de informações sobre a doença nos últimos anos, infelizmente muitos conceitos errados e percepções distorcidas ainda são comuns na sociedade e até mesmo entre profissionais da saúde, o que acaba por gerar aumento do preconceito contra o paciente, a doença e o próprio tratamento da obesidade.

Para as entidades a informação é melhor caminho para a redução do preconceito e a melhora no cuidado das pessoas com obesidade. O preconceito sofrido por esses pacientes é o fator estimulante para a busca por tratamentos alternativos e sem comprovação científica e de eficácia, como chás e suplementos, mas que são vendidos como “produtos naturais”. Muitos desses são proibidos pela ANVISA e podem ocasionar efeitos colaterais graves e até a morte.

Vale esclarecer que, no Brasil, apenas quatro medicamentos são aprovados para o tratamento da obesidade pela ANVISA, todos avaliados em estudos clínicos multicêntricos internacionais realizados de acordo com protocolos científicos rígidos: sibutramina, orlistate, liraglutida e combinação de naltrexona e bupropiona, sendo esta última ainda não comercializada no país.

Pessoas que sofrem de obesidade e que desejam fazer um tratamento sério que vise a saúde, bem-estar e emagrecimento devem procurar ajuda especializada para que os medicamentos para perda de peso sejam prescritos corretamente e associados a mudanças no estilo de vida.